domingo, 29 de março de 2009

Encerramento do 1º Trimestre EBD 2OO9 ~ Salas Adultas

A última lição da EBD ~ 1ºTrimestre foi uma verdadeira benção!

Você é convidado especial a se alistar para essa turma abençoada de soldados fiéis que buscam o conhecimento da verdade!
A preparação é necessária; sem ela, o IDE do Senhor não poderá ser bem desenvolvido.

Junte-se a essas fileiras!
Matricule-se para o próximo semestre.

Abaixo, o resumo da última lição; bem como, um resumo fotográfico dessa obra maravilhosa!

Paz!!! A Obediência como Adoração

Introdução

Uma verdade que, a cada novo estudo sobre Josué, foi sendo reafirmada e ficou mais que evidente, é a de que todo o êxito obtido por Israel na conquista da Terra Prometida, não estava na suposta capacidade bélica da tribo nômade, e sim no Senhor (Js 2.9-11,24; 4.24; 5.1; 9.24; 23.3,4). Qualquer atitude dos israelitas em contrariedade a esse reconhecimento, constituía-se em um grave pecado diante de Deus: “Eu sou o Senhor; este é o meu nome; a minha glória, pois, a outrem não darei, nem o meu louvor, às imagens de escultura” (Is 42.8).
Por que o povo escolhido, mesmo sendo, além de testemunha ocular, beneficiário dos feitos do Senhor, resolveu atribuir, por diversas vezes, aos falsos deuses as bênçãos recebidas? Havia mesmo uma relação de troca entre Deus e o povo? Se acaso a resposta for positiva, esse princípio permaneceu como promessa no período pós-exílico? Qual a possibilidade de estes textos serem aplicados à igreja evangélica brasileira, sem incorrer em uma eisegese?
Amnésia Histórica de Israel
Como seres contingenciais e situados dentro de uma conjuntura, temos uma tendência imediatista de achar que podemos resolver nossas ambigüidades de maneira estanque. O máximo que se consegue pensando assim é incidir sobre os efeitos ignorando as causas. O problema agrava-se ainda mais quando se fala em termos de “conquistas”, “realizações”, “êxito”. Muita gente acredita que as coisas foram bem-sucedidas, simples e exclusivamente, pelo fato de elas terem capacidade, conhecimento, coragem, posses materiais. Mesmo reconhecendo que as pessoas podem ser portadoras de tais atributos, como já disse em outra oportunidade, para iniciar qualquer empreendimento, é preciso contar com o mais elementar dos pré-requisitos: a vida. E esta, para início de conversa, é uma dádiva do Altíssimo, a qual Ele outorga, bondosamente, a todos os seres vivos, inclusive, àqueles mais desprezíveis que ousam duvidar da existência do Eterno (Mt 5.45). Pensando um pouco mais abaixo da superfície do problema, não é o ativismo, o ufanismo e nem o pessimismo que podem nos dar os reais contornos e desdobramentos do drama humano. O bom senso recomenda que se reconheça que o passado tem um peso considerável, senão decisivo, sobre o que vivenciamos no presente. Não considerar esta verdade é não somente uma atitude pedante como tosca.
Excetuando a lenda subjacente à questão do surgimento da tocha olímpica, acho interessante o esforço dos que ostentam aquele símbolo antigo dos jogos gregos. Qual dos atletas pode ignorar que o transporte do colega que o entregou a tocha foi decisivo para que ele tivesse o seu momento de “glória”? É lamentável constatar que, em nosso meio, muitas pessoas têm este tipo de comportamento negativo. Acham-se os donos da razão e ignoram os que os outros realizaram para que eles pudessem estar onde estão. No caso da conquista da Terra Prometida, Israel é instado a relembrar, a todo momento, que está se apossando de algo que foi prometido a um homem, de tamanha fé, que chega a ser chamado de “amigo de Deus” (Tg 2.23): “Porventura, ó Deus nosso, não lançaste tu fora os moradores desta terra, de diante do teu povo de Israel, e não deste à semente de Abraão, teu amigo, para sempre?” (2 Cr 20.7). É preciso entender que a posse territorial de Canaã acontecia como cumprimento, como o clímax de uma promessa feita a Abraão: Ora, o Senhor disse a Abrão: Sai-te da tua terra, e da tua parentela, e da casa de teu pai, para a terra que eu te mostrarei. E far-te-ei uma grande nação, e abençoar-te-ei, e engrandecerei o teu nome, e tu serás uma benção. E abençoarei os que te abençoarem e amaldiçoarei os que te amaldiçoarem; e em ti serão benditas todas as famílias da terra.Assim, partiu Abrão, como o Senhor lhe tinha dito e foi Ló com ele; e era Abrão da idade de setenta e cinco anos, quando saiu de Harã. E tomou Abrão e Sarai, sua mulher, e a Ló, filho de seu irmão, e toda a sua fazenda, que haviam adquirido, e as almas que lhe acresceram em Harã; e saíram para irem à terra de Canaã; e vieram à terra de Canaã. E passou Abrão por aquela terra até ao lugar de Siquém, até ao carvalho de More; e estavam, então, os cananeus na terra. E apareceu o Senhor a Abrão e disse: À tua semente darei esta terra. E edificou ali um altar ao Senhor, que lhe aparecera (Gn 12.1-7, sem grifos no original).

É interessante notar que, em vez de ignorar a promessa e se auto-promover com os feitos do momento em que exerciam suas lideranças, tanto Moisés quanto Josué, avançou em direção ao destino (Moisés, na maioria das vezes orientado diretamente por Deus e também pela nuvem e pela coluna de fogo e, Josué, pelas ordens diretas do Senhor), não escudados em suas capacidades, mas por saber que a vitória estava consignada à promessa patriarcal (Gn 12.1-9; 17.1-8; Êx 2.23-25; Nm 14.23; Dt 31.20). Ambos não nutriam nenhuma espécie de sentimento vaidoso quanto a si próprios ou às suas lideranças (o que conhecemos atualmente por “messianismo”), pois não se achavam grandes “salvadores da pátria”, muito pelo contrário, Moisés, por exemplo, disse ao Eterno: “Quem sou eu, que vá a Faraó e tire do Egito os filhos de Israel?” (Êx 3.11).
A lembrança da promessa patriarcal, unida à postura abominável dos habitantes da Terra Prometida, servia para anular qualquer postura triunfalista por parte de Israel (Dt 9.1-29). Dada a importância desse reconhecimento e saber, reiteradas vezes a Escritura informa acerca da premente necessidade de se refrescar a memória do povo, tentando espantar o monstro da amnésia histórica que asfixiava a lucidez de Israel e roubava a glória do Senhor de suas vidas: “Lembrem-se dos dias do passado; considerem as gerações há muito passadas. Perguntem aos seus pais, e estes lhes contarão, aos seus líderes, e eles lhes explicarão” (Dt 32.7). A lembrança histórica deveria ter uma finalidade tão didática, que até mesmo a alimentação em determinadas festividades tinha de ser com alimentos comidos por ocasião da noite da partida do Egito (Dt 16.1-). Tudo para que Israel não se esquecesse, que um dia, por longos 430 anos, tinha sido “escravo no Egito” (Dt 16.12).
Ninguém duvida que uma das causas da derrocada de Israel está intimamente relacionada à negligência com a reflexão histórica, com os feitos do Senhor através das gerações passadas. A evidência clara deste fato está registrada em Juízes 2.10: “E foi também congregada toda aquela geração a seus pais, e outra geração após eles se levantou, que não conhecia o Senhor, nem tampouco a obra que fizera a Israel”. Ora, se a ordem do Senhor, era que se ensinasse e contasse aos filhos o que Ele realizara durante a peregrinação no deserto e sobre o período de conquista da Terra Prometida (Dt 6), como é que a nova geração não sabia? Só existe uma explicação: eles negligenciaram sua vocação e não cumpriram a ordem do Eterno.
A amnésia histórica de Israel deveria ter dado lugar a anamnese, ou seja, à recordação e lembrança dos grandes feitos do Senhor, assim, o povo de Deus teria sido poupado de uma série de infortúnios. Será que a igreja evangélica não está precisando do conselho do Senhor à igreja de Éfeso (Ap 2.4-6)?

O Perigo da Amnésia Histórica e do Ufanismo na Igreja
Tendo o cuidado de olhar para o que já havia acontecido, Israel deveria reconhecer que só chegou até ali por um ato de bondade do Eterno e também porque alguém “creu contra a esperança” (em outras palavras, contra qualquer lógica e bom senso ou bom siso) bem antes daquela geração (Rm 4.18-25). Tal mensagem é extremamente necessária, pois existe uma vaidade latente no ser humano (herdada desde o Éden), que é o achar-se autônomo, independente (o que realmente é uma bobagem, pois não existe ninguém que pense independentemente, sem estar condicionado por qualquer que seja a categoria de pensamento ou ideologia). Acredito que é preciso quedar-se diante da obviedade ululante de que o mundo não começou comigo. Aliás, considerando a sua existência, a minha inserção e, conseqüentemente, saída do mundo, terá uma duração muito ínfima no trem da história (Talvez, ninguém, além de Deus e de minha família nuclear, saberão que um dia passei pela face da Terra).
O brasileiro não é muito afeito ao conhecimento histórico. Alguns ditos populares são sintomáticos neste particular: “Quem vive de passado é professor de história”, é um dos muitos exemplos desta falta de interesse pelos fatos ocorridos antes de nós. Não é a toa que o país vive “deitado eternamente em berço esplêndido”, enquanto observa o esfacelamento dos serviços públicos, a sucateação da educação, saúde e segurança pública. Como cristãos, não deixamos de ser brasileiros, e temos uma tendência de esquecer de nossas origens e raízes espirituais. Isso é perigoso, pois como “oliveira selvagem” (Rm 11.16-24), não deveríamos ostentar uma postura tão pedante e orgulhosa como se alguma coisa importante fossemos, basta lembrarmos que estamos ─ contra a natureza ─ enxertados na boa oliveira. A esse respeito Paulo até diz: “Se alguns ramos foram cortados, e você, oliveira selvagem, foi enxertada no lugar deles e agora recebe a seiva das raízes, não se envaideça nem despreze os ramos. Se você se orgulha, saiba que não é você que sustenta a raiz, mas é a raiz quem sustenta você. Você poderá dizer: ‘Os ramos foram cortados para que eu fosse enxertada’. Certo! Mas eles foram cortados por causa da falta de fé deles, enquanto você permanece firme pela fé. Não fique cheia de soberba, mas de temor, porque, se Deus não poupou os ramos naturais, também não poupará você” (Rm 11.17-21).
A maior vitória recebida pela Igreja é o direito de entrar no céu (Ef 2). Quanto ao fato de alguém dizer que atualmente somos o “Israel de Deus” e, por conseguinte, beneficiários de todas as bênçãos veterotestamentárias ─ territoriais e materiais ─ prometidas ao povo escolhido, há que se entender o sentido em que nós o somos (para essa reflexão recomendo a leitura de Efésios 2.1-22; 1 Pedro 2.9,10; Êxodo 19.5,6; Deuteronômio 4.1-40; 31─32.1-47; Juízes 2.1-23). Para que não haja nenhuma deturpação ou apropriação indébita de promessas ao Israel pré-exílico, é preciso descobrir e entender este “sentido”.

Para este exercício, é imprescindível fazer algumas perguntas:
· Qual o propósito de Deus ao formar a nação israelita?
· Israel deveria obedecer a Deus motivado pelas bênçãos materiais ou por valorizar a sua comunhão com o Eterno?
· Israel deveria ser agradecido a Deus pelo que Ele já havia feito de bom para eles ou pelo que Ele poderia fazer?
· Se havia uma relação de troca entre Deus e Israel, a questão toda estava consignada à obediência dos preceitos da Lei, ou seja, eles obedeciam e o Senhor estava “obrigado” a abençoá-los. Assumindo esta postura, estaria a Igreja obrigada a guardar os preceitos da Antiga Aliança?

O salmista disse à sua alma (e eu faço coro com ele):
“Bendize, ó minha alma, ao Senhor, e não te esqueças de nenhum de seus benefícios” (103.2).
A lembrança histórica ajudaria Israel a manter viva a memória do passado e assim o nome do Eterno continuaria sendo honrado entre eles: “Isto se escreverá para a geração futura e o povo que se criar louvará ao Senhor” (Sl 102.18). Se a parusia não ocorrer antes, qual será o legado cristão e espiritual que deixaremos à próxima geração?
http://marketingparaescoladominical.blogspot.com/

Acima: Frente do novo Templo da Assembléia de Deus no Alvorada ~ Cbá/MT

Abaixo: Aula ministrada pelo Pr. Local Jorge Dantas

Última lição do trimestre/sala mista: Filhos de Abraão (Senhores), Rosa de Saron (Senhoras) e Estrela do Oriente (Jovens)
Abaixo: Secretário da EBD (Robson)

Senhores "Filhos de Abraão"

Oração pelos Professores da EBD

Bastidores e Almoço do Encerramento do 1º Trimestre

Abençoados na cozinhaCozinhando com carinho para a obra!
Eles são os melhores! Deus abençoe essa equipe!

Vista de cima

Adolescentes, crianças e irmãos ao fundo

Todos se confraternizando

Irmãos em comunhão









Ó quão bom e quão suave é que os irmãos vivam em união!!!

(Sl. 133)

EBD ~ 29/O3/2OO9 ~ Salas Infanto-Juvenis

O encerramento da EBD/1ºTrimestre foi uma verdadeira benção.

Abaixo, o resuminho fotográfico de cada uma das salas infanto-juvenil:

Sala "Estrelinhas de Jesus" (2 a 6 anos)

Tia Jô e Tia Diana, utilizando recursos pedagógicos para a ilustração da história bíblica

Tia Jô cantando com a sala Estrelinhas de Jesus

Tia Jô fazendo a entrega do certificado de transferência de sala.

Sala "Jóias de Cristo" (6 a 9 anos)
Tia Irene lecionando

Tia Lúcia apresentando o resumo da lição e cantando com os alunos

Tia Lúcia realizando a entrega do certificado de conclusão de estudo da faixa etária ~ transferência de sala.

Sala "Boas Novas" (9 a 12 anos)


Tia Almeri, Gláucia e Miriam no ensino da palavra

Sala "Valentes de Davi" (9 a 12 anos)


Tio Ismael e Tio Cláudio no ensino
Sala "Mensageiros da Fé"(13 a 17 anos)

Tias Thereza, Cristina e Pra Célia no ensino

sexta-feira, 27 de março de 2009

Adicional para a SALA DOS ADOLESCENTES

CRESCENDO NA GRAÇA E NO CONHECIMENTO

Um legado poderoso...

“Sabemos que todas as coisas contribuem juntamente para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados por seu decreto” (Rm 8.28).

Um estudo certa vez comparou a vida de dois homens do século XVII: Jonathan Edwards, um pastor, e Max Jukes, um ateísta declarado. O sr. Jukes, um alcoólatra, se casou com uma mulher de pouco caráter, e entre 540 de seus descendentes estavam 300 indigentes, 150 condenados, 7 assassinos, quase 200 prostitutas e centenas de viciados em drogas e bebidas. Sua família custou ao Estado mais de um milhão de dólares.

O sr. Edwards se casou com uma mulher de sólido caráter cristão, e os estudos sobre mais de mil de seus descendentes revelou uma lista de mais de 300 pastores, vários escritores e professores, 7 membros do congresso, 3 governadores e 1 vice-presidente. Eles nunca custaram um níquel ao Estado.

Se você alguma vez já desejou saber o impacto das decisões de uma pessoa, basta considerar o caso de Edwards e Jukes. Todo professor experimenta ocasiões de dúvida — momentos que parecem em que parece que nada realmente importa em longo prazo, ou mesmo naquele instante.

Quando você acredita no soberano Senhor do universo, você está depositando a sua confiança no único Ser que verdadeiramente sabe como todas as coisas terminarão. Portanto, torne um hábito consultar a Deus em oração, ler a Bíblia, e procurar a orientação de conselheiros confiáveis e de pensamento semelhante, antes de tomar uma decisão.

As escolhas que você faz hoje repercutirão mais à frente, não apenas para você , não apenas para a vida de seus amigos, mas em toda a nação e ata mesmo no mundo. Se isso parece difícil, é porque de fato é. Mas não se preocupe: Quando você toma boas decisões inspiradas por Deus, está realmente reconhecendo a habilidade e o desejo dEle de provocar um impacto na vida das pessoas.”

(Graça diária para professores. CPAD. 2007).

“O livro de Provérbios nos fala sobre as pessoas que têm da sabedoria e que desfrutam de seus benefícios.

A pessoa que tem sabedoria

É amorosa
É fiel
Confia no Senhor
Coloca Deus em primeiro lugar
Afasta-se do mal
Sabe discernir o certo e o errado
Ouve e aprende
Faz o que é certo


Benefícios da sabedoria

Vida longa e próspera
Tem o favor de Deus e das pessoas
Boa reputação
Bom julgamento
Sucesso
Saúde e vitalidade
Riqueza, honra, prazer e paz
Proteção

Publicação: Professora Thereza Peres

segunda-feira, 23 de março de 2009

Lição 12 – Preservando a Palavra do Senhor

Lição 12 – Preservando a Palavra do Senhor
Leitura Bíblica em Classe
Josué 23.1-6


A Obediência como Adoração

Introdução

Uma verdade que, a cada novo estudo sobre Josué, foi sendo reafirmada e ficou mais que evidente, é a de que todo o êxito obtido por Israel na conquista da Terra Prometida, não estava na suposta capacidade bélica da tribo nômade, e sim no Senhor (Js 2.9-11,24; 4.24; 5.1; 9.24; 23.3,4). Qualquer atitude dos israelitas em contrariedade a esse reconhecimento, constituía-se em um grave pecado diante de Deus: “Eu sou o Senhor; este é o meu nome; a minha glória, pois, a outrem não darei, nem o meu louvor, às imagens de escultura” (Is 42.8).


Por que o povo escolhido, mesmo sendo, além de testemunha ocular, beneficiário dos feitos do Senhor, resolveu atribuir, por diversas vezes, aos falsos deuses as bênçãos recebidas? Havia mesmo uma relação de troca entre Deus e o povo? Se acaso a resposta for positiva, esse princípio permaneceu como promessa no período pós-exílico? Qual a possibilidade de estes textos serem aplicados à igreja evangélica brasileira, sem incorrer em uma eisegese?


Amnésia Histórica de Israel

Como seres contingenciais e situados dentro de uma conjuntura, temos uma tendência ─ imediatista ─ de achar que podemos resolver nossas ambigüidades de maneira estanque. O máximo que se consegue pensando assim é incidir sobre os efeitos ignorando as causas. O problema agrava-se ainda mais quando se fala em termos de “conquistas”, “realizações”, “êxito”. Muita gente acredita que as coisas foram bem-sucedidas, simples e exclusivamente, pelo fato de elas terem capacidade, conhecimento, coragem, posses materiais. Mesmo reconhecendo que as pessoas podem ser portadoras de tais atributos, como já disse em outra oportunidade, para iniciar qualquer empreendimento, é preciso contar com o mais elementar dos pré-requisitos: a vida. E esta, para início de conversa, é uma dádiva do Altíssimo, a qual Ele outorga, bondosamente, a todos os seres vivos, inclusive, àqueles mais desprezíveis que ousam duvidar da existência do Eterno (Mt 5.45). Pensando um pouco mais abaixo da superfície do problema, não é o ativismo, o ufanismo e nem o pessimismo que podem nos dar os reais contornos e desdobramentos do drama humano. O bom senso recomenda que se reconheça que o passado tem um peso considerável, senão decisivo, sobre o que vivenciamos no presente. Não considerar esta verdade é não somente uma atitude pedante como tosca.

Excetuando a lenda subjacente à questão do surgimento da tocha olímpica, acho interessante o esforço dos que ostentam aquele símbolo antigo dos jogos gregos. Qual dos atletas pode ignorar que o transporte do colega que o entregou a tocha foi decisivo para que ele tivesse o seu momento de “glória”? É lamentável constatar que, em nosso meio, muitas pessoas têm este tipo de comportamento negativo. Acham-se os donos da razão e ignoram os que os outros realizaram para que eles pudessem estar onde estão. No caso da conquista da Terra Prometida, Israel é instado a relembrar, a todo momento, que está se apossando de algo que foi prometido a um homem, de tamanha fé, que chega a ser chamado de “amigo de Deus” (Tg 2.23): “Porventura, ó Deus nosso, não lançaste tu fora os moradores desta terra, de diante do teu povo de Israel, e não deste à semente de Abraão, teu amigo, para sempre?” (2 Cr 20.7). É preciso entender que a posse territorial de Canaã acontecia como cumprimento, como o clímax de uma promessa feita a Abraão:

Ora, o Senhor disse a Abrão: Sai-te da tua terra, e da tua parentela, e da casa
de teu pai, para a terra que eu te mostrarei. E far-te-ei uma grande nação,
e abençoar-te-ei, e engrandecerei o teu nome, e tu serás uma benção. E
abençoarei os que te abençoarem e amaldiçoarei os que te amaldiçoarem; e
em ti serão benditas todas as famílias da terra.
Assim, partiu Abrão, como o Senhor lhe tinha dito e foi Ló com ele; e era Abrão da idade de setenta e cinco anos, quando saiu de Harã. E tomou Abrão e Sarai, sua
mulher, e a Ló, filho de seu irmão, e toda a sua fazenda, que haviam
adquirido, e as almas que lhe acresceram em Harã; e saíram para irem à
terra de Canaã; e vieram à terra de Canaã. E passou Abrão por aquela
terra até ao lugar de Siquém, até ao carvalho de More; e estavam, então,
os cananeus na terra. E apareceu o Senhor a Abrão e disse: À tua
semente darei esta terra. E edificou ali um altar ao Senhor, que lhe aparecera
(Gn 12.1-7, sem grifos no original).
É interessante notar que, em vez de ignorar a promessa e se auto-promover com os feitos do momento em que exerciam suas lideranças, tanto Moisés quanto Josué, avançou em direção ao destino (Moisés, na maioria das vezes orientado diretamente por Deus e também pela nuvem e pela coluna de fogo e, Josué, pelas ordens diretas do Senhor), não escudados em suas capacidades, mas por saber que a vitória estava consignada à promessa patriarcal (Gn 12.1-9; 17.1-8; Êx 2.23-25; Nm 14.23; Dt 31.20). Ambos não nutriam nenhuma espécie de sentimento vaidoso quanto a si próprios ou às suas lideranças (o que conhecemos atualmente por “messianismo”), pois não se achavam grandes “salvadores da pátria”, muito pelo contrário, Moisés, por exemplo, disse ao Eterno: “Quem sou eu, que vá a Faraó e tire do Egito os filhos de Israel?” (Êx 3.11).

A lembrança da promessa patriarcal, unida à postura abominável dos habitantes da Terra Prometida, servia para anular qualquer postura triunfalista por parte de Israel (Dt 9.1-29). Dada a importância desse reconhecimento e saber, reiteradas vezes a Escritura informa acerca da premente necessidade de se refrescar a memória do povo, tentando espantar o monstro da amnésia histórica que asfixiava a lucidez de Israel e roubava a glória do Senhor de suas vidas: “Lembrem-se dos dias do passado; considerem as gerações há muito passadas. Perguntem aos seus pais, e estes lhes contarão, aos seus líderes, e eles lhes explicarão” (Dt 32.7). A lembrança histórica deveria ter uma finalidade tão didática, que até mesmo a alimentação em determinadas festividades tinha de ser com alimentos comidos por ocasião da noite da partida do Egito (Dt 16.1-). Tudo para que Israel não se esquecesse, que um dia, por longos 430 anos, tinha sido “escravo no Egito” (Dt 16.12).

Ninguém duvida que uma das causas da derrocada de Israel está intimamente relacionada à negligência com a reflexão histórica, com os feitos do Senhor através das gerações passadas. A evidência clara deste fato está registrada em Juízes 2.10: “E foi também congregada toda aquela geração a seus pais, e outra geração após eles se levantou, que não conhecia o Senhor, nem tampouco a obra que fizera a Israel”. Ora, se a ordem do Senhor, era que se ensinasse e contasse aos filhos o que Ele realizara durante a peregrinação no deserto e sobre o período de conquista da Terra Prometida (Dt 6), como é que a nova geração não sabia? Só existe uma explicação: eles negligenciaram sua vocação e não cumpriram a ordem do Eterno.

A amnésia histórica de Israel deveria ter dado lugar a anamnese, ou seja, à recordação e lembrança dos grandes feitos do Senhor, assim, o povo de Deus teria sido poupado de uma série de infortúnios. Será que a igreja evangélica não está precisando do conselho do Senhor à igreja de Éfeso (Ap 2.4-6)?


O Perigo da Amnésia Histórica e do Ufanismo na Igreja

Tendo o cuidado de olhar para o que já havia acontecido, Israel deveria reconhecer que só chegou até ali por um ato de bondade do Eterno e também porque alguém “creu contra a esperança” (em outras palavras, contra qualquer lógica e bom senso ou bom siso) bem antes daquela geração (Rm 4.18-25). Tal mensagem é extremamente necessária, pois existe uma vaidade latente no ser humano (herdada desde o Éden), que é o achar-se autônomo, independente (o que realmente é uma bobagem, pois não existe ninguém que pense independentemente, sem estar condicionado por qualquer que seja a categoria de pensamento ou ideologia). Acredito que é preciso quedar-se diante da obviedade ululante de que o mundo não começou comigo. Aliás, considerando a sua existência, a minha inserção e, conseqüentemente, saída do mundo, terá uma duração muito ínfima no trem da história (Talvez, ninguém, além de Deus e de minha família nuclear, saberão que um dia passei pela face da Terra).

O brasileiro não é muito afeito ao conhecimento histórico. Alguns ditos populares são sintomáticos neste particular: “Quem vive de passado é professor de história”, é um dos muitos exemplos desta falta de interesse pelos fatos ocorridos antes de nós. Não é a toa que o país vive “deitado eternamente em berço esplêndido”, enquanto observa o esfacelamento dos serviços públicos, a sucateação da educação, saúde e segurança pública. Como cristãos, não deixamos de ser brasileiros, e temos uma tendência de esquecer de nossas origens e raízes espirituais. Isso é perigoso, pois como “oliveira selvagem” (Rm 11.16-24), não deveríamos ostentar uma postura tão pedante e orgulhosa como se alguma coisa importante fossemos, basta lembrarmos que estamos ─ contra a natureza ─ enxertados na boa oliveira. A esse respeito Paulo até diz: “Se alguns ramos foram cortados, e você, oliveira selvagem, foi enxertada no lugar deles e agora recebe a seiva das raízes, não se envaideça nem despreze os ramos. Se você se orgulha, saiba que não é você que sustenta a raiz, mas é a raiz quem sustenta você. Você poderá dizer: ‘Os ramos foram cortados para que eu fosse enxertada’. Certo! Mas eles foram cortados por causa da falta de fé deles, enquanto você permanece firme pela fé. Não fique cheia de soberba, mas de temor, porque, se Deus não poupou os ramos naturais, também não poupará você” (Rm 11.17-21).

A maior vitória recebida pela Igreja é o direito de entrar no céu (Ef 2). Quanto ao fato de alguém dizer que atualmente somos o “Israel de Deus” e, por conseguinte, beneficiários de todas as bênçãos veterotestamentárias ─ territoriais e materiais ─ prometidas ao povo escolhido, há que se entender o sentido em que nós o somos (para essa reflexão recomendo a leitura de Efésios 2.1-22; 1 Pedro 2.9,10; Êxodo 19.5,6; Deuteronômio 4.1-40; 31─32.1-47; Juízes 2.1-23). Para que não haja nenhuma deturpação ou apropriação indébita de promessas ao Israel pré-exílico, é preciso descobrir e entender este “sentido”. Para este exercício, é imprescindível fazer algumas perguntas:


· Qual o propósito de Deus ao formar a nação israelita?
· Israel deveria obedecer a Deus motivado pelas bênçãos materiais ou por valorizar a sua comunhão com o Eterno?
· Israel deveria ser agradecido a Deus pelo que Ele já havia feito de bom para eles ou pelo que Ele poderia fazer?
· Se havia uma relação de troca entre Deus e Israel, a questão toda estava consignada à obediência dos preceitos da Lei, ou seja, eles obedeciam e o Senhor estava “obrigado” a abençoá-los. Assumindo esta postura, estaria a Igreja obrigada a
guardar os preceitos da Antiga Aliança?
O salmista disse à sua alma (e eu faço coro com ele): “Bendize, ó minha alma, ao Senhor, e não te esqueças de nenhum de seus benefícios” (103.2). A lembrança histórica ajudaria Israel a manter viva a memória do passado e assim o nome do Eterno continuaria sendo honrado entre eles: “Isto se escreverá para a geração futura e o povo que se criar louvará ao Senhor” (Sl 102.18). Se a parusia não ocorrer antes, qual será o legado cristão e espiritual que deixaremos à próxima geração?
Este estudo foi extraído do endereço eletrônico http://marketingparaescoladominical.blogspot.com
César Moisés Carvalho
é Redator das Lições bíblicas de Jovens e Adultos da CPAD e autor dos livros Marketing para a Escola Dominical (Ganhador do Prêmio Areté/2007 na categoria Educação Cristã) e O Mundo de Rebeca.
Acesse o blog do autor!!!

domingo, 15 de março de 2009

EBD ~ Alvorada, em 15/03/2OO9

Com a alegria do Senhor, que é a nossa força, tivemos mais um domingo abençoado na presença do nosso Deus eterno!

A Escola Bíblica desse domingo foi maravilhosa!

Venha participar conosco também!!!

Abaixo, algumas fotos dessa abençoada reunião, onde somos instruídos sobre as verdades bíblicas eternas:

<---- Professor San Martins (Classe Adultos ~ Classes Filhos de Abraão e Rosa de Saron) Abaixo Secretário Moisés lendo o relatório.

Pra. Célia Dantas e sua filha Nildinha, Irmãs Cristina e Diana

Superintendente Ev. Marinézio e Secretário Geral Ev. Feliciano.

Classes:
(À esquerda: Nova Vida ~ Novos Convertidos)
(À direita: Jóias de Cristo ~ 7 a 8 anos)




Classes:
(À esquerda: Estrela do Oriente ~ jovens ~ e Boas Novas ~ juniores feminino)
(À direita: Mensageiros da Fé ~Adolescentes ~ e Valentes de Davi ~ juniores masculino)













Vista panorâmica da congregação na EBD de 15/03/2OO9














Classe Estrelinhas de Jesus ~ maternal
Tia Joana e seus pupilos




Secretários e Tesoureiros (Joseilton, Moisés e Robson)














Classe Estrela do Oriente (jovens)









Abaixo, a Classe Mensageiros da Fé



















Lição 11 – As Cidades de Refúgio

Leitura Bíblica em Classe
Josué 20.1-6

Refúgio Imerecido e Condicional

Introdução

Aparentemente parece sem sentido falar sobre as cidades de refúgio. O que um assunto desses tem que ver com a igreja de hoje? Se você tomar a mensagem essencial e a transportá-la para a questão soteriológica, descobrirá que é possível aplicar as verdades essenciais deste tema e com isso produzir edificação.


A Legislação do Antigo Testamento

Diante das injustiças do mundo antigo, a legislação mosaica era um grande progresso em relação ao que existia de similar. Verificar a existência de uma atenuante (mesmo não pagando com a vida, o que a lei previa, a pessoa ficava “confinada” a um local que não era sua cidade) para o homicídio culposo (sem intenção de matar), como é o caso das cidades de refúgio, em uma época tão primitiva, é reconhecer a grandeza de Deus e sua coerência ao tratar conosco (o mesmo não sendo verdade, de nossa parte, em relação a Ele).

Os anciãos que julgavam o caso às portas da cidade, analisavam, posteriormente, a questão com mais vagar. Isso demonstra a sabedoria e a coerência de pensamento, bases sobre as quais a cultura judaico-religiosa estava sendo erigida. Daí o porquê de reconhecer que os princípios que fundamentam as regras são imutáveis e perfeitamente válidos para os dias atuais.

Cabe aqui refletir brevemente sobre a função da legislação mosaica, pois a sua compreensão é a chave para se entender o sentido dos preceitos que, aos olhos pragmáticos de hoje, parecem totalmente sem fundamento e meros caprichos legalistas.

Sobre este assunto, afirma o pastor Geremias do Couto em sua obra A Transparência da Vida Cristã:
É bem verdade que, quando lemos o Pentateuco, deparamo-nos com algumas
exigências incompreensíveis e estranhas que não fazem sentido ao mundo
contemporâneo. Mas elas precisam ser olhadas como fruto de uma época e à luz do
propósito maior de Deus. Philip Yancey assim explica o fato:

[...]
detecto no Antigo Testamento um movimento paulatino, mas seguro em direção à
graça. Os hebreus viviam em tempos selvagens e bárbaros. As suas leis, que nos
podem parecer severas, são na verdade bem atenuadas se comparadas às de seus
vizinhos. Eles estabeleceram regras básicas sobre a guerra, introduzindo nas
leis o respeito pelos pobres e o cuidado com o meio ambiente. Impuseram limites
à violência e construíram cidades de refúgio. Ao olhar para uma época de
vingança e sangue, escravidão, poligamia e casamento por contrato com a mulher
do irmão (quando falecido), é preciso lembrar que Deus tinha de tratar com as
condições morais das pessoas no estágio em que estavam. Nos escritos desse
período estava a semente, mas só a semente, da graça divina (sem grifo no
original).1

Entender este ponto fundamental é de importância inestimável para que seja dado o devido valor aos preceitos do Antigo Testamento. Um grande equívoco cometido por alguns expositores é fazer distinções tais como “lei moral”, “lei cerimonial”, “lei cívica”. Tal divisão não é correta, pois a lei é uma só, contemplando diversos aspectos da vida humana, tendo preceitos para várias questões que visam, finalmente, a um único objetivo: a glorificação do Criador através do nosso “correto funcionamento”:
Assim, todas as normas cerimoniais, morais ou cívicas da lei mosaica, apesar de
seu caráter local e transitório, não cabendo à igreja observá-las na realidade
cultural contemporânea, foram embasadas nos princípios de caráter explicitamente
moral e espiritual que aparecem na mesma lei, cuja universalidade está clara nas
Escrituras. São válidas para “todas as pessoas, em todas as épocas e em todos os
lugares”. São esses princípios que o Senhor reitera no Sermão do Monte e declara
de maneira contundente a sua importância como marco distintivo do Reino de Deus.
São referenciais permanentes e imutáveis que se aplicam em qualquer cultura e
expressam não só o padrão de santidade exigido por Deus, mas também o tipo de
reação que se espera do crente diante das diferentes circunstâncias da vida.2
O que se quis demonstrar aqui é o fato de que existe uma correta maneira de viver. Mas não se trata de viver irrefletida e mecanicamente um estereótipo com um fim de tornar-se merecedor do favor divino, mas exatamente o contrário, pois viver dessa forma é a conseqüência de ser nascido de novo.

A bem da verdade, o ser humano, após a Queda, é o único que pode, consciente e deliberadamente, infringir o curso normal de sua existência, sendo imoral e transgressor. O mesmo não ocorre, ou pelo menos não deveria, com a natureza. Ela geralmente segue seu curso normal, ou seja, o funcionamento do universo acontece sob regras bastante rigorosas e inexoráveis, pois se fosse diferente, com certeza não teria escrito este texto e você não o estaria lendo! É claro que a própria criação sofre de intempéries proporcionadas pela Queda, mas existe o fator expropriação humana que não pode ser esquecido. Mesmo reconhecendo este tipo de comportamento, a ambição e o egoísmo (males que proporcionam, além do mal moral, a degradação natural), são, também, resultado da desobediência dos nossos progenitores.

A lei então era uma forma de fazer com que o povo, em razão de seu relacionamento com o Eterno e por tudo que Ele lhe proporcionara, se mantivesse dentro de um determinado padrão ético. Mesmo porque Israel precisava desenvolver sua identidade própria. A obediência aos preceitos da lei, deveria ocorrer por amor a Deus e não como forma de se tornar digno das benesses divinas.

Uma curiosidade deste assunto, é que a Bíblia não relata um único caso em que as cidades de refúgio tenham sido utilizadas, ou que o vingador de sangue tenha executado alguém. Isso não significa que não tenha ocorrido nenhum crime ou acidente fatal entre o povo, entretanto, as Escrituras não relatam. Esse “detalhe” aponta para uma verdade fundamental: a Bíblia está interessada em registrar os fatos que são importantes para se entender o plano de Deus para a formação do seu povo e, conseqüentemente, da Igreja. Ela não ocupa o seu texto para tratar de questões secundárias. Este é um ponto pedagógico e digno de ser observado por todo expositor ou professor: dê valor às questões arteriais e basilares, não perca tempo com os assuntos terciários.

Refúgio Imerecido e Condicional

Em qual situação estava Lutero ao escrever Castelo Forte? Por certo, encontrava-se o reformador alemão em uma circunstância adversa, mas a leitura de textos como o de Provérbios 18.10, lhe deu força e inspiração. Afinal, como escreveu Frida Vingren, na letra do hino 126 da Harpa Cristã, “Os mais belos hinos e poesias/ Foram escritos em tribulação”.

Na verdade, não era Lutero quem se encontrava, naquele momento, em dificuldades:

Lá por volta do ano 1500 da nossa era, estava triunfante o movimento da Reforma Religiosa na Europa. Iniciado por Martinho Lutero e coadjuvado por Melanchton (um leigo-teólogo), Calvino, Zwinglio, Huss, Farel e outros, tomou logo conta de todos os países; mas no ano de 1523, em Bruxelas, dois jovens, cujo único crime fora a sua profissão de fé na nova doutrina, foram queimados. Em honra a esses dois mártires, Lutero escreveu e compôs a música do seu primeiro hino: Castelo Forte é nosso Deus, o qual é uma paráfrase do Salmo 46.3

Quem já não encontrou vitalidade e alento, quando em momentos extremamente difíceis leu textos como estes:

Ouve, ó Deus, o meu clamor; atende à minha oração. Desde o fim da terra clamo a ti, por estar abatido o meu coração. Leva-me para a rocha que é mais alta do que eu, pois tens sido o meu refúgio e uma torre forte contra o inimigo (Sl 61.1-3).

Torre forte é o nome do Senhor; para ela correrá o justo e estará em alto retiro (Pv 18.10).

Eu mesmo experimentei o refrigério e a quietude da alma quando, passando por terríveis problemas, li a Palavra de Deus durante as altas horas da madrugada. Acredito até que a Bíblia se reveste de particular importância quando não estamos nos aproximando dela para extrair mais um sermão ou um ponto de partida para ministrar uma aula.

Uma postura, talvez bem intencionada, que tem sido prática corrente na vida de milhares de pessoas por esse Brasil afora ─ algumas até nem crentes são ─ é o costume de deixar a Bíblia aberta nos Salmos 23 ou 91. Tais pessoas usam os textos bíblicos como se eles fossem uma espécie de “amuleto” para dar sorte ou para espantar “mau olhado”. Será que esta é a forma correta de se aplicar a mensagem que aquelas porções escriturísticas encerram?

Observe que os dois Salmos iniciam-se fazendo referência à ovelha do Pastor e ao habitante do amparo do Senhor. Os que não são ovelhas do Sumo Pastor não se enquadram na mensagem deste Salmo. Os que ainda teimam em confiar em suas próprias forças, insistem na “autonomia” adquirida no Éden e só lembram do “esconderijo do Altíssimo” em momentos de dificuldades, não podem dizer ao Senhor: “Tu és o meu refúgio e a minha fortaleza, o meu Deus, em quem confio”.

Nesta mesma linha de pensamento, fazer um paralelo das cidades de refúgio com a graça é uma oportunidade ímpar de refletir sobre nossa condição “antes” e “depois” do sacrifício vicário de Nosso Senhor Jesus Cristo.

Estando “no” Senhor, a Palavra nos dá garantia que estamos imunes da condenação: “Agora, porém, já não existe nenhuma condenação para aqueles que estão em Jesus Cristo” (Rm 8.1; sem grifo no original). Perceba que a absolvição é para os que “estão” em Cristo, para os que se submetem ao pastoreio do Meigo Nazareno, para os que fizeram confissão de seus pecados, reconheceram sua miséria e estão refugiados “debaixo de suas asas”.

Talvez alguém esteja admirado perguntando: “Mas quem não quer?” Foi o Mestre que, chorando, lamentou: “Jerusalém, Jerusalém, você, que mata os profetas e apedreja os que lhe são enviados! Quantas vezes eu quis reunir os seus filhos, como a galinha reúne os seus pintinhos debaixo das suas asas, mas vocês não quiseram” (Mt 23.37; NVI). Assim como os judeus, os ocidentais temos rejeitado o senhorio de Jesus de Nazaré. Não obstante, o que nenhum de nós pode esquecer, é que não temos condições de fazer como o líder indiano pacifista, Mahatma Gandhi, que, por ser advogado, diante dos tribunais fazia sua própria defesa. Temos um Advogado, o Único que pode nos defender, pois do ponto de vista humano o nosso “crime” é inafiançável, e só o sangue de Jesus pode nos purificar de todo o pecado (1 Jo 2.1,7).

Do paralelo entre as cidades de refúgio e a graça, extraímos duas grandes lições: 1) O criminoso inocente, só estaria fora de risco se estivesse dentro das cidades de refúgio. Só pode contar com o Senhor como seu refúgio aqueles que estão nEle. 2) Não se pode perder de vista a verdade que o refúgio das cidades era somente para o inocente, pois o culpado pagava com a vida. A graça, como alguém acertadamente disse, “é recebermos o que não merecemos, e misericórdia é deixar de receber aquilo que merecíamos”. Assim, a graça não existe para o inocente ─ posto que não existe ninguém mesmo que o seja ─, mas ela é a providência de Deus para o culpado. Glória ao Senhor!
César Moisés Carvalho é Redator das Lições Bíblicas de Jovens e Adultos da CPAD
e autor dos livros Marketing para a Escola Dominical (Ganhador do Prêmio
Areté/2007 na categoria Educação Cristã) e O Mundo de Rebeca. Acesse o blog
do autor
http://marketingparaescoladominical.blogspot.com

Notas
1 COUTO, Geremias do. A Transparência da Vida Cristã. 1.ed. de Janeiro: CPAD, p.70.
2 Ibid., p.71.
3 Disponível em:
http://209.85.173.132/search?q=cache:LiUKBU1TgtMJ:www.musicaeadoracao.com.br/hinos/historias_hinos/ha_033.htm+%22Hino+Castelo+Forte%22&cd=1&hl=pt-BR&ct=clnk&gl=br . Acesso dia 12/03/09.